Mulheres do bem dizer e do bem viver
Women of blessing and living well
Palavras-chave:
Benzedeiras; Saberes tradicionais; Ecopedagogia do cuidado; Bioma CerradoResumo
O objetivo do presente artigo é refletir sobre o processo educativo do saber tradicional do ato de benzer nos dias atuais. Para isso, são apresentadas diferentes formas de resgate, aquisição e trans-missão dos saberes tradicionais, além de processos ecopedagógicos na prática do benzimento, arti-culados com a literatura sobre ecologia dos saberes, ética do cuidado e filosofia do Bem Viver. O trabalho é resultado de revisão bibliográfica, pesquisa participativa e entrevista semiestruturada com duas mulheres benzedeiras da Escola de Almas Benzedeiras de Brasília (DF). Assim, foram identificadas as possíveis convergências entre as perspectivas teóricas e as práticas presentes nas narrativas dessas mulheres para compreender como esse saber se constituiu em suas vidas e culminou em práticas de educação ambiental em bases ecopedagógicas favoráveis à sustentabilida-de social, cultural e ambiental do bioma Cerrado.
Downloads
Referências
ACOSTA, A. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Auto-nomia Literária, 2016.
ALBERTI, Verena. Manual de história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
AMORIM,Lara. Tradições ressignificadas: modernidade e cultura popular em Brasília. In: Áltera – Revista de Antropologia. João Pessoa, v. 2, n. 3, 2016. p. 190-211.
ANDRADE, Adriane. O Movimento Aprendizes de Sabedoria (MASA): tecendo territorialida-des de cura na disputa por saberes comuns. Dissertação (Mestrado em Geografia). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2019.
ATTUCH, Iara Monteiro. Conhecimentos tradicionais do Cerrado: sobre a memória de Dona Flor, raizeira e parteira. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Brasília: UnB, 2006.
AZEVEDO, Lucy Ferreira; BERTOLOTO, José Serafim; QUADROS, Imara Pizzato. A educação ambiental e o ritual sagrado do cururu de Mato Grosso. Revista Monografias Ambientais – REMOA. Santa Maria: UFSM, v. 14, 2015. p. 254-260.
BOFF, Leonardo. O cuidado essencial: princípio de um novo ethos. In: Inclusão Social– Revista IBCTI, v. 1, n. 1, 2005. Disponível em https://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1503. Acesso em 11 de março de 2024.
BOFF, Leonardo. Cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes, 2012.
BRANDÃO, Carlos R. Sobre teias e tramas de aprender e ensinar: anotações a respeito de uma antropologia da educação. In: Revista Inter-Ação. Goiânia, v. 26, n. 1, 2007. p. 09-30.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 10ª ed. São Paulo: Global, 2001.
CHOQUEHUANCA, David. Geapolítica del vivir bien. La Paz: Vicepresidencia del Estado Plurinacional, 2022.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra: ecopedagogia e educação sustentável. Buenos Aires: CLACSO, 2001. Disponível em https://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/gt/20101010031842/ 4gadotti.pdf. Acesso em 11 de março de 2024.
GONÇALVES DA SILVA, Rosana. Elos ecopedagógicos entre a complexidade e a Carta da Ter-ra: invenções criativas no cotidiano escolar. Tese (Doutorado em Educação). Brasília: UnB, 2016.
LEWITZKI, Taisa. A vida das benzedeiras: caminhos e movimentos. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2019.
LUZ, Alaine Alves da Silva et al. A benzedura como oficio tradicional do semiárido piauiense. In: Congresso Nacional de Educação (CONEDU), 6, 2019, Fortaleza (CE). Anais... Campina Grande: Realize Editora, 2019. Disponível em https://editorarealize.com.br/artigo/visuali zar/58078. Acesso em 09 março de 2024.
MIRANDA, Eduardo Oliveira. “O negro do Pomba quando sai da Rua Nova, ele traz na cinta uma cobra coral”: os desenhos dos corpos-territórios evidenciados pelo Afoxé Pomba de Malê. Dissertação (Mestrado em Desenho, Cultura e Interatividade). Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2014.
MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional ecossistêmico: por uma nova ecologia da aprendizagem humana. Rio de Janeiro: Wak, 2021.
QUINTANA, Alberto M. A ciência de benzedura: mau-olhado, simpatias e uma pitada de psi-canálise. Bauru: Edusc, 1999.
SANTOS, Francimário Vito dos. O ofício das rezadeiras: um estudo antropológico sobre as práticas terapêuticas e a comunhão de crenças em Cruzeta. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2007.
SANTOS, Francimário Vito dos. O ofício das rezadeiras como patrimônio cultural: religiosi-dade e saberes de cura em Cruzeta na região do Seridó Potiguar. Revista CPC. São Paulo, n. 8, 2009. p. 06-35.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: SANTOS, B. S. (org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre ciências revisitado. São Paulo: Cortez, 2004.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 31-83.
SCHWALM, Fernanda U. Ecopedagogia em um clube de ciências com enfoque na educação ambiental: uma proposta de humanização e sensibilização ambiental. Dissertação (Mes-trado em Educação em Ciências). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2022.
SIQUEIRA, Deis. Novas religiosidades na capital do Brasil. In: Tempo Social. USP, v. 14, n. 1, 2002. p. 177-197.
SOUSA, Ronald Felipe Barreto. “Pra curar tem que ter fé”: curandeiros, benzedeiras e reza-dores – memórias de indivíduos numa perspectiva histórica. Universidade Estadual do Ceará (UECE), 2013. Disponível em http://uece.br/eventos/eehce2014/anais/trabalhos_comple tos/103-9359-10082014-221519.pdf. Acesso em 09 de março de 2016.
TRISTÃO, Martha. Tecendo os fios da educação ambiental: o subjetivo e o coletivo, o pensa-do e o vivido. In: Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 31, n. 2, 2005. p. 251-264.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1980.
WALSH, Catherine. Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existiry (re)vivir. Quito, Equador: Abya-Yala, 2013. E-book, 2017. Disponível em https://repositorio. uasb.edu.ec/bitstream/10644/9386/1/Walsh%20C%20y%20Garcia%20J-Sobre%20pedago gias%20y%20siembras%20ancestrales-s.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
