Reservas poéticas do pensamento humano
ciência, mito e imaginário
Palabras clave:
Pensamento humano; Ciência; Mito; PoeticidadeResumen
este artigo trata das reservas poéticas do pensamento humano, a partir de uma abordagem de natureza qualitativa e de caráter teórico-reflexivo sobre a intersecção entre três campos simbólicos fundamentais: a ciência, o mito e o imaginário. Partindo da premissa de que o conhecimento não se reduz à lógica racional-instrumental, propomos a compreensão de que essas dimensões coexistem, se entrelaçam e se retroalimentam na produção de sentidos sobre o mundo e a vida. Longe de serem esferas incompatíveis, ciência, mito e imaginário operam como formas complementares de inteligibilidade, constituindo diferentes regimes de verdade e expressão do real. Deste ponto de vista, defendemos que a poeticidade presente no pensamento humano — entendida como abertura ao simbólico, ao sensível e ao indizível — não apenas persiste na contemporaneidade, mas se insurge em diferentes formas. Reconhecer essas reservas poéticas é fundamental para ampliar o escopo do conhecimento, superar dicotomias reducionistas e reinscrever a atividade de pensar em uma perspectiva mais plural, simbólica e integral. Cumpre à criatividade científica saber conviver com essas insurgências sem excluí-las a priori, de sorte a ser possível renovar a relação com o imaginário coletivo e autocrítica da reflexão científica.
Descargas
Citas
AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento: ensaios e conferências. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
BARTHES, Roland. Aula: aula inaugural da cadeira de semiologia literária do Colégio de França, pronunciada dia 7 de janeiro de 1977. São Paulo: Cultrix, 2013.
BRETON, André. Manifestos do surrealismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
FERRY, Luc. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Objeti-va, 2010.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaios de antropologia simétrica. Rio de Ja-neiro: Editora 34, 1994.
MORIN, Edgar. O método 3: o conhecimento do conhecimento. 5. Ed. Porto Alegre: Sulina, 2015.
PAES LOUREIRO, João de Jesus. Obras reunidas. v. 4. São Paulo: Escrituras, 2000.
PRIGOGINE, Ilya. Ciência, razão e paixão. ALMEIDA, Maria da Conceição de; CARVALHO, Edgard de Assis (Orgs.). Belém: Eduepa, 2001.
SERRES, Michel. Filosofia mestiça: letiers-instruit. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
STEINER, George. Nostalgia do absoluto. Lisboa: Relógio D’água, 2003.
STENGERS, Isabelle. A invenção das ciências modernas. São Paulo: Editora 34, 2002.
QUINN, Daniel. Ismael: um romance da condição humana. São Paulo: Petrópolis, 1998.
ZAMBRANO, María. Filosofia e Poesia. Belo Horizonte: Moinhos, 2021.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).