A arte dos milagres e das edificações

as Santas Missões dos frades capuchinhos no Segundo Reinado

Autores/as

Palabras clave:

Santas Missões, Segundo Reinado, capuchinhos italianos

Resumen

O artigo examina as Santas Missões dos frades capuchinhos italianos a partir da documentação produzida pelos religiosos. O objetivo é apresentar o sentido particular da missão, que é compreendido na singularidade do seu contexto histórico e na complexidade dos seus agentes. Ao se debruçar sobre o discurso missionário, o trabalho revela como a paróquia com todo seu aparato – igrejas, cruzeiros, cemitérios, açudes, sistemas de aquedutos e escolas – constitui a referência da atividade de catequese e do processo civilizatório ao se converter na evidência das realizações e dos feitos missionários.

DOi.png 10.29327/256659.15.1-16

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Luciana Santos, Universidade de Brasília - UNB

Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2013), com Estágio Doutoral na Université Paris X/Nanterre - Centre Enseignement et Recherche en Ethnologie Amérindienne du LESC (Laboratoire dEthnologie et de Sociologie Comparative) (2011/2012). Possui mestrado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2007) e Graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1999). Foi docente em universidades públicas brasileiras onde lecionou disciplinas nas áreas de Meio Ambiente e Sociedade (UFPE 2013-15) e Desenvolvimento Rural (UnB 2017-18).Tem experiência nas áreas de Antropologia, com ênfase em Meio Ambiente e Saúde e Povos Indígenas e Tradicionais do Nordeste brasileiro. Integrou o grupo de pesquisa "Mudanças climáticas, mudanças produtivas e saúde" (UnB), durante o período que realizou estágio de pesquisa de Pós-doutorado na Faculdade de Ciências da Saúde da UnB, Cátedra UNESCO de Bioética. 

Citas

AMOROSO, Marta Rosa. Catequese e Evasão. Etnografia do Aldeamento Indígena de São Pedro de Alcântara, Paraná (1855-1895). Tese (Doutorado em Antropologia), USP, São Paulo, 1998a.

AMOROSO, Marta Rosa. Mudança de hábito: catequese e educação para índios nos aldea-mentos capuchinhos (Século XIX). Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 13, n. 37, São Paulo, 1998b, p. 101-114. Disponível em https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/6kDcyHkgsRjqH3SLVkJbFWK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 26 de agosto de 2023.

ARANTES, Adlene Silva. O papel da Colônia Orfanológica Isabel na educação e na definição dos destinos de meninos negros, brancos e índios na província de Per-nambuco (1874-1889). Dissertação (Mestrado em Educação), UFPE, Recife, 2006. Disponível em https://attena.ufpe.br/bitstream/123456789/4668/1/arquivo5737_1.pdf. Acesso em 26 de agosto de 2023.

AUSTIN, John L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

AZZI, Riolando. Os Capuchinhos e o movimento brasileiro de reforma católica do século XIX. Revista Eclesiástica Brasileira, v. 35, fasc. 137, Petrópolis, 1975, p. 123-139.

BOURROL, Estevão Leão. Frei Caetano de Messina. Estudo histórico-religioso. São Paulo: Typographia de Jorge Seckler, 1879.

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela (Org.). Legislação indigenista no século XIX. Uma compilação: 1808-1889. São Paulo: EDUSP/Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1992.

CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Relume Dumará, 1996.

DANTAS, Monica Duarte. De rebeliões a sedições: protesto popular e construção do Estado no Brasil oitocentista. Canoa do Tempo, v. 5-6, Manaus, 2012, p. 17-52.

DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1982.

FRAGOSO, Hugo. O apaziguamento do povo rebelado mediante as missões populares, Nor-deste do II Império. In: SILVA, Severino Vicente da (Org.) A igreja e o controle social nos sertões nordestinos. São Paulo: Edições Paulinas, 1988, p. 45-92.

FREYRE, Gilberto. A propósito dos frades: sugestões em torno da influência de religiosos de São Francisco de Assis e de outras ordens sobre o desenvolvimento de modernas civiliza-ções cristãs. Recife: Aguiar & Souza/Livraria Progresso, 1959.

HOORNAERT, Eduardo. Formação do catolicismo brasileiro (1550-1880). 3. ed. Petró-polis: Vozes, 1991.

LANDOWSKI, Eric. Presença do outro. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.

LATOUR, Bruno. Não congelarás a imagem, ou: como não desentender o debate ciência-religião. Mana, v. 10, n. 2, Rio de Janeiro, 2004, p. 349-375. Disponível em https://www.scielo.br/j/mana/a/TpFPS86FVdyztgb4gZchYJn/?format=pdf. Acesso em 26 de agosto de 2023.

LATOUR, Bruno. Jubiler ou les tourments de la parole religieuse. Paris: Les Em-pêcheurs de Penser en Ronde, 2002.

LE GOFF, Jacques. São Francisco de Assis. São Paulo: Record, 2001.

LINDOSO, Dirceu. A utopia armada. Rebeliões de pobres nas matas do Tombo Real (1832-1850). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

MELLO, Joaquim Guennes da Silva. Ligeiros traços sobre os Capuchinhos. Recife: Typo-graphia de M. Figueroa & Filhos, 1871.

MIRANDA, Carlos Alberto Cunha. A ação missionária e pacificadora de frei Caetano de Mes-sina. In: BRANDÃO, Sylvana (Org.). História das religiões no Brasil. Recife: Ed. UFPE, 2002.

MORAES FILHO, Melo. Festas e tradições populares do Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itati-aia/EDUSP, 1979 [1893].

NOTAS HISTÓRICAS da Igreja Nossa Senhora da Penha e das missões dos capu-chinhos da Prefeitura de Pernambuco. Recife: Empreza d’A Província, 1905.

OLIVEIRA, João Pacheco. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação cultural, territo-rialização e fluxos culturais. Mana, v. 4, n. 1, Rio de Janeiro, 1998, p. 47-77. Disponível em https://www.scielo.br/j/mana/a/LXbFMZgsrbyVpZfdbdjy6zm/. Acesso em 26 de agosto de 2023.

PALAZZOLO, Jacinto de. Crônica dos capuchinhos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Vozes, 1966.

PÉCORA, Alcir. Máquina de gêneros. São Paulo: EDUSP, 2001.

PEREIRA, frei Serafim J. Missionários capuchinhos nas antigas catequeses indígenas e nas sedes do Rio de Janeiro, Espírito Santo e leste de Minas (1840-1997). Rio de janeiro: Cúria Provincial dos Capuchinhos do Rio de Janeiro, 1998.

PIO, Fernando. Frei Caetano de Messina: um herói esquecido. Arquivos, n. 1, Recife: Prefeitura Municipal do Recife/Secretaria de Educação e Cultura, 1976.

PRIMERIO, Fidelis. Capuchinhos em terra de Santa Cruz nos séculos XVII, XVIII e XIX: apontamentos históricos. São Paulo: Cruzeiro do Sul, 1940.

RIBEIRO, René. Brazilian messianic movements. In: THRUPP, Sylvia (Org.). Millenial dream in action. Comparative studies in society history. The Hague: Mouton, 1962, p. 55-69.

SANTOS, Luciana dos. Controvérsias em torno das práticas e terapias de cura: a epi-demia de cólera-morbus em Pernambuco (1855). Tese (Doutorado em Antropologia Social). USP, São Paulo, 2012. Disponível em https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-28052013-103345/pt-br.php. Acesso em 26 de agosto de 2023.

SANTOS, Luciana dos. O Anjo do Império: as missões capuchinhas no discurso de frei Cae-tano de Messina. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), USP, São Paulo, 2008.

TERRINCA, Bento de Um anjo do Brasil. Recife: Tipografia Dom Vital/Convento da Penha, 1939.

VAUCHEZ, André. A espiritualidade na Idade Média ocidental (séculos VIII a XIII). São Paulo: Ed. Zahar, 1995.

VIEIRA, Sebastião. O missionário gigante. Pouso Alegre: Escola Profissional, 1952.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selva-gem. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a literatura medieval. São Paulo: Cia. das Letras, 1993.

Publicado

2024-07-08

Cómo citar

Santos, L. (2024). A arte dos milagres e das edificações: as Santas Missões dos frades capuchinhos no Segundo Reinado. PLURA, Revista De Estudos De Religião PLURA, Journal for the Study of Religion, 15(1), 361–381. Recuperado a partir de https://revistaplura.emnuvens.com.br/plura/article/view/2263

Número

Sección

Artigos de temática livre