Economias morais evangélicas e governo Bolsonaro em tempos de pandemia
Resumen
O artigo aborda as relações entre os evangélicos e o governo Bolsonaro a partir da análise de alguns discursos morais. Para isto, afasta-se das distinções entre o que seria estritamente religioso e o que seria estritamente político, e das distinções entre forma e conteúdo. A abordagem volta-se para a maneira como o estado se relaciona com os agentes religiosos ou “regula” as atividades religiosas, e volta-se para os discursos morais e para as formas sensoriais. Entre os elementos destaca-se: a ideia de que os evangélicos constituem uma minoria perseguida, a defesa da concepção de liberdade religiosa irrestrita, as formas sensoriais dos evangélicos pentecostais e da cultura pública evangélica de um modo geral. A hipótese é de que estes elementos e valores morais são mobilizados e conjugados com as estratégias de poder dos líderes das grandes igrejas pentecostais e as estratégias de poder do presidente Jair Messias Bolsonaro. Mas não somente por eles, há um compartilhamento destes elementos por um contingente mais amplo de evangélicos brasileiros. Em tempos de pandemia da Covid-19, fica ainda mais evidente que as chamadas economias morais evangélicas são mobilizadas em prol do oportunismo e da irresponsabilidade.
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