Culturas visuais e pandemias
aproximações warburguiana aos motivos da Dança da morte e das Vanitas
Keywords:
Cultura visual religiosa;, Aby M.Warburg; Andachtsraum; ção e autorreflexão; Dança dos mortos; VanitasAbstract
Entre os séculos XIV e XVII, a expectativa de vida das populações do Europa central era de 32 anos para homens e 27 anos para mulheres, resultado da mortalidade infantil alta, das pa demias, de guerras e da falta de alimento. A essa presença contínua da morte corresponde, nos países do norte dos Alpes, a criação de no mínimo duas formas da cultura visual religiosa: no “A dança dos mortos”, e no século XVII, as “vanitas” ou, ”. Considerando o tempo da criação desses motivos, as épocas da Renascença e da Modernidade, propõe-se neste artigo testar uma leitura warburguiana desses dois motivos, como parte da criação de um "Andachtsraum", um espaço de contemplação e autorreflexão entendido como uma forma de exteriorizar, nomear e articular medos existenciais para apreender lidar com eles; em distinção da leitura que afirma a função educativa ou moralista ou de imagens impactantes para, essencialmente, angustiar e controlar as pessoas na manutenção da ordem religiosa estabelecida. Justifica-se essa leitura pela sua maior consideração do sujeito religioso na Renascença e a escolha do método por ser criada especificamente para a interpretação da cultura visual dessa época. A originalidade desse exercício es na Aby M. Warburg à arte religiosa. Espera-se contribuir para uma compreensão mais rica da criação e do papel da arte religiosa na vida das pessoas em geral e, em especial, nas épocas da Renascença e do início da Modernidade.
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