A jangada do self: usos soteriológicos do eu e do não-eu no Buddhismo antigo

Autores

  • Felipe Nogueira de Carvalho

Resumo

O objetivo deste artigo é sugerir que os ensinamentos Buddhistas sobre anattā (não-eu) não devem ser entendidos como uma negação categórica do eu, mas fazem parte de uma estratégia soteriológica comumente empregada pelo Buddha, de utilizar algo como ferramenta para o seu próprio fim. Tomando o kamma (ação) como o elemento central que estrutura todos os ensinamentos, podemos pensar na identificação do eu como um tipo de ação. Algumas instâncias desta ação serão hábeis e condutoras à libertação, e outras inábeis e condutoras ao sofrimento. Com isso em mente, este artigo irá analisar algumas ações inábeis do eu e do não-eu em suttas selecionados do Cânone Pali, mostrando como se encaixam na estratégia do Buddha de se utilizar de elementos como ferramentas para o abandono desses próprios elementos. Nessa perspectiva, o eu não é negado em absoluto desde o início do caminho, mas aprende-se a usá-lo de forma hábil como um meio de abandoná-lo. 

Palavras-chave: Buddhismo antigo. Cânone Pali. Não-eu. Soteriologia.

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Biografia do Autor

Felipe Nogueira de Carvalho

Doutor em Filosofia pela École des Hautes Études de Sciences Sociales.

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Publicado

24-12-2019

Como Citar

Nogueira de Carvalho, F. (2019). A jangada do self: usos soteriológicos do eu e do não-eu no Buddhismo antigo. PLURA, Revista De Estudos De Religião PLURA, Journal for the Study of Religion, 10(1), 4–20. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/plura/article/view/1557

Edição

Seção

Artigos de temática livre