Territórios afrikanos e de matrizes afrikanas como espaços de (re)existência e decolonização de saberes
Palavras-chave:
Religiões de Matriz Afrikana, Produção de Conhecimento, Decolonização Curricular, Educação Antirracista.Resumo
Este artigo explora os territórios das matrizes afrikanas como espaços de produção de conhecimento e seu papel na decolonização do currículo escolar brasileiro. Apesar da marginalização imposta pela colonialidade, os terreiros geram saberes que entrelaçam componentes curriculares, desafiando as epistemologias europeias/cristãs/brancas predominantes na educação. Por meio de uma metodologia de pesquisa qualitativa empírica com uma abordagem decolonial desenvolvida com educadores e afrorreligiosos, busca-se evidenciar a importância da inclusão dos saberes desses grupos no currículo, valorizando o currículo vivido como ferramenta para enfrentar o epistemicídio, descristianizar o ensino e a deseuropeizar o saber. Essa abordagem não só valoriza as identidades dos estudantes, como estabelece um espaço de reexistência e afirmação contra-hegemônica.
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