Cartografia Ancestral

35 anos de história e resistência do Ylê Axé Òpó Omim

Autores

Palavras-chave:

Candomblé, Território, Ancestralidade, Luta

Resumo

Ylê Axé Òpó Omim é o terreiro de candomblé mais antigo em continuidade de Londrina, no interior do Paraná, criado há 35 anos na periferia da cidade. Neste artigo, busco um xirê decolonial, com a proposta metodológica de uma cartografia ancestral, a partir do envolvimento semanal durante quatro meses com o acervo fotográfico do terreiro. Nessa trajetória, conclui-se que memória, fabulação e fotografia são armas epistemológicas no reconhecimento desse território como um espaço de enfrentamentos sociais e políticos, de luta por igualdade racial e de gênero, melhores condições de saúde, educação e moradia para a comunidade externa periférica, pobre e preta em sua maioria. Mãe Omin esteve à frente de todas essas lutas, conduzindo enquanto figura política, social e hierárquica de Iyalorixá, com sabedoria ancestral e afetiva de mãe.

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Biografia do Autor

Larissa de Menezes Alvanhan, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutoranda em Cultura e Sociedade pelo programa Pós Cultura da UFBA e Mestre em Comunicação pela PPGCom UEL. Pós-graduada lato sensu em Comunicação e Cultura Política na Universidade Estadual de Londrina. E-mail: larialvanhan@gmail.com

Monica Kaseker, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Possui graduação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, especialização em Planejamento e Gestão de Qualidade em Comunicação, mestrado e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná.  Atua como professora do Mestrado em Comunicação e do curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina (UEL), instituição em que é professora adjunta. E-mail: mkaseker@uel.br

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Publicado

20-12-2024

Como Citar

Alvanhan, L. de M., & Kaseker, M. (2024). Cartografia Ancestral: 35 anos de história e resistência do Ylê Axé Òpó Omim. PLURA, Revista De Estudos De Religião PLURA, Journal for the Study of Religion, 15(3), 181–204. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/plura/article/view/2391