A quebra de paradigmas religiosos em tempos de pandemia

dos templos para as casas e para as mídias

Resumo

Este artigo se propõe a fazer uma reflexão sobre a relação que há entre a pandemia do novo corona vírus e a quebra de paradigmas nas religiões, sobretudo das igrejas cristãs. A partir do conceito de paradigma, proposto por Thomas S. Khun, busca-se mostrar que, mais do que tragédias, as principais pandemias vividas pela humanidade na era cristã impuseram a necessidade das igrejas cristãs quebrarem paradigmas a fim de atenderem as demandas da sociedade e, sobretudo, as demandas das próprias comunidades. O ob-jetivo central do artigo é mostrar que a quebra de paradigmas é também uma oportuni-dade que as igrejas tem de rever suas convicções e suas práticas, especialmente na supe-ração do templocentrismo e na utilização das novas tecnologias que permitem acesso às novas mídias disponíveis na sociedade contemporânea. A questão problema que se tenta responder é até que ponto as igrejas cristãs estão aproveitando esses momentos de crise aguda, vivido pela humanidade, para resgatar paradigmas perdidos, presentes no cristia-nismo primitivo e implementar novos paradigmas diante das oportunidades que se abrem com as novas tecnologias. A primeira seção fará uma abordagem histórica, pontuando alguns acontecimentos vividos pela humanidade na pandemia conhecida como peste bu-bônica ou peste negra (1346 a 1352) e na grande gripe, conhecida também como gripe espanhola (1918 a 1920). Na segunda seção serão apresentados alguns conceitos de pa-radigma e a necessidade da quebra de paradigmas nas pandemias, sobretudo naquela vivida pela humanidade nesse início do século 21. Na terceira seção serão mostradas algumas medidas tomadas pelas igrejas cristãs das diversas denominações, em virtude da pandemia da COVID-19, relacionada com a quebra de paradigmas.

DOI: https://doi.org/10.29327/256659.12.1-5