AS CEBs À LUZ DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Resumo
RESUMO: Este artigo tem o objetivo de analisar o processo de organização e atuação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), acerca do aspecto religioso e das mudanças políticas e sociais na contemporaneidade brasileira. As CEBs são resultados da organização primeiramente religiosa, porém, sem o aprisionamento das estruturas religiosas tradicionais, pois se contextualizam numa postura contrária ao critério eclesial piramidal, e, junto aos movimentos sociais populares se faziam resistentes à ditadura militar, a partir da segunda metade do século XX. É neste cenário de transformações religiosas, políticas e sociais que as CEBs, ligadas à Teologia da Libertação (TL), se manifestam a favor da realidade do povo latino-americano. Encontram-se enraizadas numa nova concepção sociológica de mudanças, daí a relevância da relação para com os movimentos sociais, que tiveram apoio para o processo de articulação e de reivindicação mediante os problemas aqui enfrentados. Buscamos perceber o contexto histórico em que elas surgiram, a partir do Vaticano II (1962-1965), das Conferências Episcopais Latino-Americanas Medellín (1968) e Puebla (1979), que, inspiradas pela Teologia da Libertação, contou com a atuação de líderes religiosos e leigos, preocupados com a causa do pobre. A proposta é mostrar que as CEBs, nascidas da “práxis social”, capacidade das classes sociais trabalhadoras para transformar a sociedade, hoje vêm enfrentando sérios desafios para se organizar e se articularem mediante a nova realidade que se apresenta tanto no âmbito religioso quanto no campo político e social. Por isso, compreendemos que, diferentemente do período efervescente dos anos 70 e 80, as CEBs se ressignificaram a fim de que pudessem continuar vivas na Igreja e na sociedade.
Palavras-chave: CEBs; Teologia da Libertação; Movimentos Sociais; Religião; Política.