Interpretações da multifacetada manifestação religiosa riobaldiana

Resumo

Riobaldo, o personagem-narrador de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, não encontrava respostas definitivas para suas dúvidas e inquietações diante da vida. São muitas as suas manifestações religiosas para tentar compreender a própria existência. Neste texto selecionamos alguns episódios que consideramos determinantes em seu “viver perigoso”: i) a discussão sobre o problema do mal (e a busca de transformação para o bem), tão bem exemplificado no rico caso de Maria Mutema; ii)a questão da simbologia do Diabo, através do episódio das Veredas-Mortas ou Altas e iii)o contato com o amigo Diadorim. Entendemos assim, que para Riobaldo, a religião é coisa do coração. Não é necessidade racional, mas angústia vital o que o leva a crer em Deus. “Reza é que sara de loucura” (Rosa, 1988, p. 9). “Tudo o que não é oração, é maluqueira” (Idem, ibidem, p. 428).