A ascese radical da filosofia schopenhaueriana em contraste com a proposta salvífica do cristianismo
Resumo
Resumo: Este trabalho focaliza a filosofia de Schopenhauer em contraste com a proposta salvífica do cristianismo, apontando para um elemento inédito dentro da história da filosofia ocidental. Os grandes filósofos que pensaram sistemas ou questões metafísicas o fizeram identificando o objetivo maior do espírito com aquilo que equivale à libertação dentro de formas da religião cristã, traçando um caminho para o espírito dentro de seus sistemas, nos quais o ideal coincide invariavelmente com a plenitude do ser, que aparece paralelamente no campo religioso. A novidade que este texto pretende apontar é que, diferentemente dos grandes filósofos do Ocidente, Schopenhauer realizou em seu sistema metafísico um caminho para o espírito humano no qual a sua libertação não coincide com a plenitude do espírito. Para este filósofo, a libertação coincide com uma ascese radical, na medida em que propõe a mortificação/ aniquilação do ser como um todo, e não somente de sua dimensão carnal. É um caminho reverso que passa pela busca da nulidade da Vontade, visando sua suprema aniquilação.
Palavras-chaves: Cristianismo, Schopenhauer, Libertação.