Octavio Paz e o debate em torno do tema da conquista da América e das formações culturais latino-americanas.
Resumo
Segundo Octavio Paz, a história do México é semelhante à geografia do país, na qual cada período histórico apresenta-se como uma meseta encerrada entre altas montanhas e separadas pelos precipícios de outros períodos, situados nos altiplanos nas montanhas. A conquista, afirma Paz, partiu em dois a história do país, “de un lado, el de allá, el mundo pré-colombino; del otro lado, el de acá, el virreinato católico de Nueva España y La República laica e independiente de México.” (PAZ, 1995, p.24) De modo análogo, segundo Serge Gruzinski afirma que a invasão espanhola gerou nas sociedades coloniais uma perda das referências originais, sejam elas pré-hispânicas, africanas ou mediterrâneas e a elaboração de novas marcas: “Essa dinâmica de perda e reconstituição se traduz por uma recepção intermitente e fragmentada das culturas (...) Essa recepção fragmentária e intermitente dá forma, nos sobreviventes, a uma sensibilidade, a uma destreza da pratica cultural, a uma mobilidade do olhar e da percepção, a uma aptidão para combinar os fragmentos mais esparsos, que se manifestam no século XVI, de maneira brilhante na arte indígena.” (GRUZINSKI, 1993, p.79)