Religião e homossexualidade nos Estados Unidos: vertentes liberais e conservadoras em debate
Resumo
Os movimentos de contracultura da década de 60 mudaram significativamente a realidade dos Estados Unidos. A segunda onda do movimento feminista, o movimento por direitos civis de negros e negras, a luta por liberdade sexual e o Movimento de Liberação Gay, em um contexto de Guerra Fria, levaram os setores mais conservadores da sociedade norte-americana a acreditarem que a nação havia se desviado do seu pacto com Deus e que o fim dos tempos estava próximo. Em contraposição, outros setores decidiram apoiar as demandas dos Movimentos de Gays e Lésbicas e buscaram reinterpretar as passagens bíblicas criando as Teologias Homossexual, Gay e Queer.
O estudo tem como objetivo analisar o posicionamento de diversas igrejas protestantes dos Estados Unidos acerca da homossexualidade e do movimento LGBT. Partindo de meados da década de 60, quando nasce o Movimento de Liberação Gay, até os dias de hoje, o artigo busca mostrar o desenvolvimento histórico de vertentes teológicas progressistas e conservadoras que fazem parte do cenário religioso nos Estados Unidos.
Através da análise dessa teologia progressista e dos discursos de importantes líderes religiosos como Jerry Falwell, Pat Robertson, James Dobson, entre outros, é possível traçar a importância da religião para a sociedade civil e para a política. A virada conservadora da década de 70 cria um importante grupo de nova direita cristã e amplia a participação desse setor na política nacional. O debate sobre a laicidade do Estado, a garantia do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto e a legalização das drogas coloca em embate direto os grupos progressistas herdeiros da década de 60 e seguidores do conservadorismo da década de 70. O trabalho visa, portanto, criar uma análise sobre sociedade, política e religião nos Estados Unidos buscando, principalmente, o estudo da inserção da religião nos debates que cercam a questão da homossexualidade.