Comunidades Eclesiais de Base e Movimentos Sociais”: reflexões sobre o catolicismo e a Teologia da Libertação.
Resumo
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) foram e, em muitos contextos, ainda são muito influentes na motivação dos fiéis católicos para a luta política. Muitos deles se tornaram militantes de referência em movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos e associações de moradores. As idéias de conscientização, democratização e organização são elementos fundamentais para os agentes pastorais engajados no trabalho das CEBs. Nosso objetivo é mostrar que outras perspectivas menos ativistas também ocupam lugar nestes grupos. Esse artigo se pautará pela análise de trabalhos de cunho antropológico que revelaram que, apesar do enfático trabalho de “conscientização” promovido por dioceses e pastorais católicas alinhadas à Teologia da Libertação, grande parte da população é pouco ativa e desinteressada em movimentos sociais ou em política partidária. Assim, consideramos que o ajustamento dos agentes sociais às suas experiências de vida e contextos locais faz com que haja um descompasso entre o que desejavam os agentes pastorais e intelectuais católicos engajados com as idéias liberacionistas e a forma com que os fiéis participantes das CEBs compreendem e respondem às mensagens da “campanha cultural” católica na prática cotidiana.