ANJOS NA ARTE, IMAGENS QUE ARDEM
Resumo
Resumo: Este artigo apresenta reflexões sobre a presença do anjo como imagem sobrevivente na arte. Ao presenciar a imagem do anjo na arte observamos que uma simples imagem, aparentemente que cumpre sua função de mediadora entre o espectador e o mundo, não é tão singela e objetiva quanto parece. A imagem do anjo, do ser alado, é encontrado fortemente na arte quando esta esteve a serviço da religião como um espaço para a tradução vísivel do invisível, e necessário a crença em uma verdade invisível. Ainda assim, mesmo que a arte tenha percorrido por conta própria e encontrado seu espaço autônomo, especificamente a arte contemporânea, os seres incorpóreos e divinos permaneceram e permanecem presentes como um tema a ser investigado. Propõe-se analisar algumas imagens de anjos da história da arte como um dispositivo que arde e que procura retornar aos olhos do espectador como testemunha e lampejo do tempo, quão imagem vaga-lume. Partimos de conceitos teóricos, como dispositivo de Giorgio Agamben e lampejo de Georges Didi-Huberman, para mostrar a presença da imagem do anjo enquanto aquela que resiste e que atormenta como força de um desejo em estar presente e próximo do ser humano, mesmo que o esquecimento ronde sua apresentação. Ao refletirmos sobre a presença do anjo na arte e as possibilidades de diálogos com conceitos a serem abordados, supomos que a metamorfose existente na imagem do anjo ao longo da história da arte não menospreza sua potência diante do espectador, e sim, que sua imagem seja o lampejo na imensidão do horizonte, nas possibilidades de construção de um olhar sensível, nas conexões de afeição e percepção.
Palavras-chave: anjo, imagem sobrevivente, dispositivo imagético.