MATOSINHOS: CIDADE DA FÉ
Resumo
O objetivo deste trabalho é ilustrar a forma de interação da fé popular católica no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, localizado na Serra do Sucupira desde o Século XVIII que atrai fiéis oriundos de diversas partes do sudeste brasileiro. Sua devoção transmite uma forte conexão entre a cidade de Paraíba do Sul e a religião, pois estabelece um estímulo espiritual, motivados por celebrações eucarísticas, celebrações sacramentais, por práticas às visitas na sala dos ex-votos, pela bênção a objetos profanos e pela água que brota de uma fonte a frente do santuário. A imagem do santo, localizada no altar-mor da grande capela, é atribuída ao mestre Antônio Francisco Lisboa, popularmente conhecido como Aleijadinho. Tal santuário trás consigo uma historiografia de dedicação comunitária, mitos, ritos e simbologias, que coletivamente constituem um verdadeiro lugar de fé que, deslocado do centro urbano, motiva a prática de romeiros que dominicalmente participam das atividades oferecidas no santuário. Nos domingos comuns, as celebrações chegam a reunir uma média de 700 participantes e durante os festejos dedicados ao santo, uma verdadeira multidão de peregrinos vindos de todas as formas, se concentram para festejar, agradecer e pedir alguma graça ao Milagroso Bom Jesus de Matosinhos através da mistura entre o sagrado e o profano, como marca da festa que tradicionalmente acontece no último domingo do mês de agosto que é capaz de influenciar a organização social da cidade. A atração do santuário não é a necessidade de uma moradia fixa, mas sim de uma renovação da experiência com o contato divino.
Palavras-chave: Santuário; Cidade de Domingo; Catolicismo; Fé Popular.