CIÊNCIA VERDADEIRA E FALSA NO PENSAMENTO FUNDAMENTALISTA CRISTÃO (1910-1925)
Resumo
O tema fundamentalismo está coberto de polêmicas apressadas e irresponsáveis nas quais aparece muitas vezes como sinônimo de ações religiosas radicais e herdeiras de uma mentalidade ultrapassada, irracionalista. A indisposição ao diálogo e anacronismo são características que muitos associam a este conceito, especialmente quando confrontado com o tema ciência. Este trabalho pretende contribuir para as investigações mais cautelosas sobre a relação entre ciência e religião na primeira fase do movimento fundamentalista cristão nos Estados Unidos, isto é, da publicação de The Fundamentals: a Testimony of Truth em 1910 ao julgamento do jovem professor John Scopes em 1925. Entendendo que os grandes embates entre fundamentalistas e secularistas no período em questão não se caracterizam apenas como disputas do tipo religião versus ciência, mas também como disputas pela definição do que é a verdadeira ciência, pretendemos evidenciar as características do que seria ciência verdadeira e falsa para os fundamentalistas e compreender historicamente a legitimidade de seus argumentos a partir do estudo da própria história das ciências em sua dinâmica mais ampla. Nossa principal hipótese é de que a noção de verdadeira ciência do fundamentalismo inicial nos Estados Unidos se apoia na noção de ciência do período moderno (especialmente no empirismo e na taxonomia de Francis Bacon e na filosofia escocesa do Senso Comum de Thomas Reid) oposta, portanto, à chamada ciência especulativa e hipotética (como a teoria da evolução das espécies por seleção natural de Charles Darwin e o princípio da sucessão estratigráfica de George Cuvier e Alexandre Brongniart) que conquista grande espaço no século XIX.Downloads
Publicado
2015-08-16
Como Citar
Caldeira, H. R. (2015). CIÊNCIA VERDADEIRA E FALSA NO PENSAMENTO FUNDAMENTALISTA CRISTÃO (1910-1925). Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/938
Edição
Seção
2015 GT 12: Estados Unidos: religião e sociedade