A hermenêutica da faticidade segundo Martin Heidegger

Autores

  • Renato Kirchner Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)

Resumo

Embora a hermenêutica estivesse relacionada à tradição filosófica e, a partir disso, a campos relativamente diversos como a interpretação de textos bíblicos e jurídicos, o que Heidegger busca tematizar e compreender sob o termo faticidade é algo bastante inusitado. Assim, enquanto a hermenêutica se ocupa com a interpretação de textos discursivos, nas preleções heideggerianas que antecederam Ser e tempo parte-se do fato humano, denominado ser-aí (Dasein). A faticidade designa o caráter próprio de nosso ser-aí, não devendo ser apreendido como coisa ou objeto. Segundo Heidegger, em sua cotidianidade, o ser-aí mesmo não se vê como tal, uma vez que, enquanto já sempre é ou está aí (da ist), este ente é e está própria e originariamente aberto ao ser. O filósofo busca evidenciar isso nas diversas análises realizadas ao longo de preleções, na medida em que o ser-aí tanto se ocupa dos demais entes como se preocupa com sua própria vida. Conceitos como “vida fática” e “ser-no-mundo”, por exemplo, podem já ser encontrados nestas preleções. Dessas reflexões nasce também uma das ideias fundamentais da obra heideggeriana: a existência é o ser do ser-aí, o que irá implicar na “analítica existencial”.

Biografia do Autor

Renato Kirchner, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor e pesquisador em Ciências da Religião do Programa de Mestrado em Ciências da Religião, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

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Publicado

2015-08-16

Como Citar

Kirchner, R. (2015). A hermenêutica da faticidade segundo Martin Heidegger. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/926