A hermenêutica da faticidade segundo Martin Heidegger
Resumo
Embora a hermenêutica estivesse relacionada à tradição filosófica e, a partir disso, a campos relativamente diversos como a interpretação de textos bíblicos e jurídicos, o que Heidegger busca tematizar e compreender sob o termo faticidade é algo bastante inusitado. Assim, enquanto a hermenêutica se ocupa com a interpretação de textos discursivos, nas preleções heideggerianas que antecederam Ser e tempo parte-se do fato humano, denominado ser-aí (Dasein). A faticidade designa o caráter próprio de nosso ser-aí, não devendo ser apreendido como coisa ou objeto. Segundo Heidegger, em sua cotidianidade, o ser-aí mesmo não se vê como tal, uma vez que, enquanto já sempre é ou está aí (da ist), este ente é e está própria e originariamente aberto ao ser. O filósofo busca evidenciar isso nas diversas análises realizadas ao longo de preleções, na medida em que o ser-aí tanto se ocupa dos demais entes como se preocupa com sua própria vida. Conceitos como “vida fática” e “ser-no-mundo”, por exemplo, podem já ser encontrados nestas preleções. Dessas reflexões nasce também uma das ideias fundamentais da obra heideggeriana: a existência é o ser do ser-aí, o que irá implicar na “analítica existencial”.Downloads
Publicado
2015-08-16
Como Citar
Kirchner, R. (2015). A hermenêutica da faticidade segundo Martin Heidegger. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/926
Edição
Seção
2015 GT 34: Religião e filosofia