IMPACTOS DO PETRÓLEO NAS IGREJAS PROTESTANTES TRADICIONAIS EM MACAÉ
Resumo
O crescimento durante os anos 1980 e 1991 (de 8% para 12% de um total de 11% de evangélicos) e estagnação no crescimento entre os anos 1991 e 2001 (de 12% a 12% de um total de 19% de evangélicos em 1991 e que passou para 22% em 2001) das igrejas protestantes históricas em Macaé é um forte indicativo dos impactos que esse grupo teve em decorrência das mudanças sócio-econômicas e culturais após a instalação da Petrobrás, na década de 70. O grupo religioso que mais cresceu foram os pentecostais, que, considerando os percentuais anteriores de evangélicos de 1980 a 1991 os pentecostais passaram de 3% para 7% e entre 1991 e 2001 o salto foi de 7% para 11%. Com um baixo crescimento e estagnação entre as igrejas históricas, o movimento é outro, um rodízio de pessoas que saem e novas pessoas que entram, por virem de outra cidade ou igreja da mesma ordem, sem ser por conversão ou adesão religiosa. Se antes da Petrobrás as identidades religiosas eram mais facilmente definidas, porque herdadas das famílias, hoje, o poder de decisão (racionalidade) dos fiéis é outro e com isso a religião regula menos os padrões de vida e as crenças que o êxito profissional recompensado com altos salários fornecidos pelas indústrias petrolíferas, além de outros fatores decorrentes dos impactos trazidos a população. Uma explicação para essa estagnação comparada ao crescimento dos pentecostais se deve ao discurso menos pontual das igrejas históricas, que por sua vez aponta para um futuro distante da nova realidade da cidade de Macaé.