ESTADOS UNIDOS: IDENTIDADE NACIONAL E PERMANÊNCIA DOS MITOS FUNDACIONAIS
Resumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar os principais mitos fundacionais da nação norte-americana, que se destaca como uma superpotência mundial e exerce forte influência social e política em diversos países do globo. Os Estados Unidos possuem uma cultura política que toma como base de seus valores e de sua identidade o momento fundacional da nação, se utilizando dos mitos que cercaram sua fundação para justificar sua prosperidade ou decadência. Trataremos, inicialmente, da noção de “povo eleito” herdada da tradição puritana. Os puritanos se viam como um povo escolhido por Deus – assim como os israelitas no Antigo Testamento - predestinado a construir uma nova Canaã em uma terra distante. A comunidade firmada pelos ‘’Pais Peregrinos’’ também tinha como objetivo ser um modelo de organização universal, uma ‘’cidade sobre uma colina’’, que santificada por Deus deveria ser um exemplo e um “farol” para um mundo em trevas. Na segunda seção do texto, discutiremos, a partir da noção de “destino manifesto”, a crença no papel e na missão a ser desempenhada pelos Estados Unidos no mundo. A nação excepcional e o povo eleito receberam a missão divina de Deus de levar os princípios morais da civilização ocidental para os povos bárbaros e inferiores. A política externa e o expansionismo norte-americano, tendo por base o mito do povo eleito com uma missão divinamente ordenada, ganha, nos discursos, a aparência de uma “cruzada moderna”. Por fim, concluímos a análise percebendo que os mitos fundacionais da nação Norte Americana, estão constantemente sendo retomados, como uma forma de justificar sua situação atual e suas ações, ou conclamar a população para busca de um objetivo.