"NA TRAJETÓRIA DA UMBANDA E DO CANDOMBLÉ: RELIGIOSIDADES DE MATRIZES AFRICANAS NA CIDADE PARINTINS-AM" (1980-2000)

Autores

  • Márcia Gabrielle Ribeiro Silva UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

Resumo

Há cinco décadas chegavam ao Brasil as matrizes religiosas africanas juntamente com os escravos que foram trazidos para servirem como mão de obra nas lavouras, estes por sua vez foram oriundos da África Ocidental. Durante muito tempo os seus seguidores foram perseguidos, caçados e por muitas vezes mortos, pois, o culto realizado por eles era, para a sociedade hegemônica, visto como sendo a religião dos negros e índios, e que não tinham nenhuma credibilidade para as pessoas que não entendiam outras manifestações que não fossem aquelas além das suas. De modo que também tratavam as práticas realizadas pelos negros como bruxaria ou até mesmo como evocação do demônio, menos como religião. Com todas essas privações os cultos eram realizados às escondidas, pois poderiam sofrer forte represália dos senhores da época que não permitiam que os mesmos realizassem ou praticassem a sua religiosidade. Contudo religiões de matrizes africanas se fizeram presente. O candomblé é um exemplo de religião africana trazida para o Brasil no século XVI com os escravos, e com o decorrer do tempo surgiu à umbanda como sendo uma religião descendente dos africanos, sendo esta considerada uma religião genuinamente brasileira, seus primeiros relatos são com o médium Zélio de Moraes no Rio de Janeiro no ano de 1908. Pensando na trajetória das duas religiões, a investigação aqui apresentada tem como objeto de interesse investigar a presença da cultura afro-brasileira na cidade de Parintins- AM. Com isso pretendemos verificar e analisar como as religiões de matrizes africanas, essencialmente umbanda e candomblé, impetraram espaços de territorialidade na cidade, assim estabelecendo lugares de memória no processo de construção e reconstrução de suas identidades na “Amazônia católica”?  O Candomblé e a Umbanda por muito tempo foram considerados à margem das demais religiões no Brasil, o mesmo acontece na Amazônia, onde ainda podemos ver resquícios de um passado intolerante e que não aceita o diferente. As religiões aqui apresentadas são a resistência da cultura de um povo que lutou e sofreu para que fossem reconhecidas. No entanto, as duas religiões na cidade de Parintins ainda tem que lutar dia-a-dia por seu espaço, tendo em vista a forte presença do catolicismo na cidade.  Para tanto, a pesquisa procura se apropriar dos métodos da História Social da Cultura, primeiro para buscar compreender as experiências de liberdade inscritas nas táticas e estratégias relacionadas à formação e consolidação dos referidos espaços de religiosidades, tais espaços que muitas vezes são as próprias residências dos pais e mães de santo, tendo em vista a mudança de conduta nesses espaços procurando interpretar como opera a cultura, nos terreiros e centros, no afã de perceber a construção e reconstrução das identidades culturais relacionadas às matrizes religiosas em processo de pesquisa.

Biografia do Autor

Márcia Gabrielle Ribeiro Silva, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS

ACADÊMICA DE HISTÓRIA (UEA/CESP)

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Publicado

2015-08-16

Como Citar

Silva, M. G. R. (2015). "NA TRAJETÓRIA DA UMBANDA E DO CANDOMBLÉ: RELIGIOSIDADES DE MATRIZES AFRICANAS NA CIDADE PARINTINS-AM" (1980-2000). Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/902