Portugal um caso de secularização católica?

Autores

  • Jorge Botelho Moniz Universidade Nova de Lisboa, Universidade Federal de Santa Catarina e Observatório Político

Resumo

O fenómeno da secularização oferece uma perspetiva singular sobre o recuo do sagrado e a reformulação da relação do Estado e dos indivíduos com o fenómeno religioso e vice-versa num país secularizado, religioso e católico como é o Portugal do pós-25 de Abril de 1974.

Neste controvertido jogo de equilíbrios são tomados em consideração dois fatores aparentemente dicotómicos e parcamente aprofundados no período democrático: constitucionalmente, Portugal é um Estado laico com separação absoluta (n.º 4 do artigo 41.º da Constituição de 1976) e, identitariamente, a matriz católica representa o elo cultural mais sólido da sociedade portuguesa.

Investido nessa dupla missão de, por um lado, arrogar a não-confessionalidade e a neutralidade religiosa (preâmbulo da Concordata de 2004) e, por outro, não poder ser alheio aos valores e interesses da sociedade, o Estado português assume uma fórmula original, de separação com cooperação – a secularização católica –, onde sublinha a permanente necessidade de renovação no relacionamento entre a res temporalia e a re spiritualia que cabe à moderna teoria política estudar, atualizar e aprofundar.

Biografia do Autor

Jorge Botelho Moniz, Universidade Nova de Lisboa, Universidade Federal de Santa Catarina e Observatório Político

Doutorando em em Ciência Política e mestre em Direito pela Universidade Nova de Lisboa.

Bolseiro da Universidade Federal de Santa Catarina no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política.

Investigador associado do Observatório Político.Professor convidado em SciencesPo (Poitiers, França).

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Publicado

2015-08-16

Como Citar

Botelho Moniz, J. (2015). Portugal um caso de secularização católica?. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/886

Edição

Seção

2015 GT 08: Historiografia contemporânea e história das religiões: fronteiras