O Candomblé como Agente de Reconstrução da Identidade Afro-Descendente.
Resumo
Resumo
Estudar a roça de candomblé é estudar um sistema gerador de sociabilidade e que por sua vez protege a formação da cultura afro-descendente como um lugar de valorização da auto-estima negra. Assim, o conceito de sociabilidade fica restrito a procura do afro-descendente por encontrar seus pares. A roça de candomblé não é o único veículo para se alcançar às raízes africanas, mas quando o individuo busca essas raízes ele acaba no candomblé, pois a vida social na África é uma vida religiosa e no Brasil a religião que melhor expressa essa vida social é o candomblé. Weber vem ao encontro da necessidade específica de traduzir esse pertencimento como uma necessidade de ajustamento ao mundo por parte desses indivíduos. São formas de racionalidade formal. Entretanto, ocorre outro fenômeno muito importante, a saber: a reafricanização. Este fenômeno cultural é ontológico, isto é, as formas de pertencimento e identidade buscam o retorno às origens e visa romper com o sincretismo religioso construído por conveniência ou subterfúgio por parte do individuo. Nosso artigo trabalhará com o referencial teórico de Yi-Fu Tuan, no que diz respeito à constituição do espaço físico como fator essencial. Uma vez que, a religião segue uma série de ritos que dependem de elementos naturais à disposição para execução dos mesmos. Assim, o espaço mítico tem uma ligação direta com o espaço natural físico que assimila a localidade natural como forma de organização do espaço social. Portanto, quando o indivíduo atribui personalidade ao espaço, este ganha o status de lugar. E se o lugar sagrado exige o contato natural, como as roças urbanas têm feito para manter as suas práticas? Esse novo ajustamento seria uma nova forma de hibridismo?