Religiosidade em Minas Gerais do Século XVIII: Uma análise do catolicismo devocional a partir do notariado da comarca do Rio das Mortes

Autores

  • Lidiane Almeida Niero Universidade Federal de Juiz de Fora

Resumo

Esse artigo tem por objetivo traçar um quadro geral dos santos de devoção dos testadores registrados na comarca do Rio das Mortes no período de 1730 a 1800. Os legados testamentais da comarca visam à busca da sensibilidade religiosa numa região que produziu práticas muito próprias, sendo o reflexo da organização social vigente que explicitava uma série de divisões, tanto racial como social. Os testamentos constituem importantes fontes para a compreensão dessa religiosidade; apesar de menos usuais na pesquisa histórica mais recente do que os inventários post mortem, tem sido utilizados como fontes privilegiadas para pesquisas sobre temas variados como as estratégias dos testadores para transmissão de suas riquezas, nível de alfabetização, existência e relação dos testadores com seus herdeiros e a reparação de erros do passado. Os testamentos são sensíveis em rastrear as mentalidades, comportamentos, capitar gestos e maneiras individuais e de grupos sociais. Aqui, foram investigados documentos de pessoas livres, libertas, ou brancas e negras, grupos em que existem diferenciações internas baseadas no sexo e na fortuna, levando em conta que, os testamentos estudados, longe de terem apenas uma mera feição econômica expressavam uma solene demonstração de fé. A presença ativa e marcante das devoções pode ajudar a pensar as relações entre religião, cultura e sociedade na região da comarca do Rio das Mortes durante o século XVIII.

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Publicado

2015-08-16

Como Citar

Niero, L. A. (2015). Religiosidade em Minas Gerais do Século XVIII: Uma análise do catolicismo devocional a partir do notariado da comarca do Rio das Mortes. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/860

Edição

Seção

2015 GT 28: Religiosos e leigos no Brasil: espaços, estratégias e práticas sociais no interior da Igreja Católica