"#VEMPRARUA": Contemplação e Indignação na mística da Pastoral da Juventude
Resumo
O foco no seguimento de Jesus expresso, também, através da militância social tem marcado, nos últimos 50 anos, muitos grupos da Igreja Católica no Brasil dentre eles os grupos da Pastoral da Juventude (PJ). Estes vivem o que alguns autores chamam de cristianismo da libertação (LÖWY, 2000, p. 57) ou cristianismo politico (HERVIEU-LÉGER, 2008, p. 78). Estas categorias nos possibilitam ler a especificidade da experiência dos jovens que escolhem a PJ como seu espaço de vivencia eclesial. Em sintonia com outros grupos da pastoral popular e das CEB’s a PJ é herdeira da Ação Católica (DICK, 2013, p. 19; SOFIATI, 2012, p. 19. 40-41). Estas pessoas e grupos de sentem convocados, por causa de sua fé a em engajar em lutas a abraçar bandeiras de luta pela vida e por direitos. Tal convocação toca a pessoa humana em sua totalidade. Marcará o nascimento de uma pastoral, uma teologia e uma espiritualidade da libertação, onde um é condição de possibilidade para a outra, numa situação dialética. Esta experiência dentre outras peculiaridades tem no retorno ao Jesus histórico e na centralidade do Reino de Deus elementos chave. Jesus aparece como alguém a ser seguido, com uma práxis a ser continuada. Para estes grupos as virtudes cristãs tomam contornos específicos com o intuito de iluminar com a fé seu compromisso com os empobrecidos. Dentre estas virtudes, para este momento histórico, contemplação e indignação se apresentam numa relação dialética que convoca para a mudança social. Dão um matiz peculiar ao seguimento de Jesus dentro da opção preferencial pelos pobres. Assim, os membros da PJ são marcados por um projeto pedagógico-teológico onde evangelização e defesa da vida das juventudes caminham juntas. O que os impulsiona a sair rumo à construção de outros cenários possíveis.