O centenário do pentecostalismo clássico no Brasil
Resumo
O centenário do pentecostalismo clássico no Brasil
O pentecostalismo clássico vive seu período pós-centenário. Surgido no inicio do século XX na America do Norte, ganhou suas versões brasileira em 1910 (Congregação Cristã no Brasil) e 1911 (Assembléia de Deus) deixando marcas na vida social brasileira que perpassam as esferas públicas e privadas. Estas denominações religiosas movimentam o cenário sócio religioso brasileiro, despertando o interesse da comunidade acadêmica que reconhece a carência de pesquisas contemplando esta religiosidade – distinto às neopentecostais, catolicismo popular e religiões de matriz africana – descrita por Ricardo Mariano como “pentecostalismo clássico” ou “de primeira onda” (Mariano, 1999, p. 28-29). Rubem Cesar Fernandes aponta cinco fatores determinantes que colocam os evangélicos no circuito de pesquisa. Primeiro o crescimento numérico destes, na America Latina; segundo a forma peculiar com que se fazem vistos; terceiro o impacto no campo religioso como um todo; quarto, a presença pública, transcende o ambiente religioso com repercussões na cultura e na política e quinto a penetração marcante nas classes pobres e localidades perigosas (Fernandes, 1998, p.11).
Nossa proposta é provocar a reflexão sobre as relações de poder a partir da família nuclear pentecostal e como esta sobrepõe a esfera privada alcançando à pública através um conceito próprio de família, cujo objetivo é dentre outros, agregar novos adeptos. Porque a família é um alvo promissor? A força deste pentecostalismo vem de especialistas, ou de sua sociabilidade? Como se dão as relações de poder no interior destas igrejas, entre seus membros masculinos e femininos? Quais as especificidades da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia de Deus após 100 anos de existência?