"Para além do proselitismo religioso: a teologia da prosperidade e sua relação com a economia."

Autores

  • José Eduardo José Geraldo

Resumo

Sobre a relação entre economia e Teologia da Prosperidade pode-se destacar como as igrejas evangélicas neopentecostais utilizam-se deste arcabouço como forma, não apenas de proselitismo religioso, mas também de arrecadação e expansão de seus templos e negócios no país e no exterior. A fixação apenas nos dízimos e ofertas, provavelmente, iria frear parte do crescimento neopentecostal. Os custos, com a abertura de templos e remuneração de pastores, impõem formas mais enfáticas de arrecadação. Com isso, o fiel paga dízimos e ofertas e é levado a participar de sucessivas campanhas de prosperidade. A relação entre teologia da prosperidade e economia é marcada pelo desejo dos pregadores de ganharem e movimentarem dinheiro. A Teologia da Prosperidade nasce nos Estados Unidos em 1940, mas só se torna movimento doutrinário a partir dos anos 70 e é a partir daí que os pregadores neopentecostais tiram ânsia pela arrecadação financeira. Contudo, para além das questões envolvendo economia, a Teologia da Prosperidade torna o fiel cada vez mais individualista e, ao participar das campanhas realizadas pelas igrejas como, por exemplo, reunião dos empresários, este fiel é levado a sacrificar no altar, ou seja, sacrificar-se financeiramente, doando não apenas os dízimos, mas os votos das campanhas e ficar à espera das bênçãos materiais “prometidas” por Deus para esta vida terrena. Para aqueles que não conseguem as promessas ou a tão almejada ascensão social, a própria teologia da prosperidade, através de seus líderes, irá dizer que a culpa é do fiel que não teve fé suficiente na sua entrega, ou sacrifício a Deus, recaindo, assim, sobre ele a própria culpa em não ser abençoado. Mas a grande jogada racionalista dos neopentecostais está justamente na arrecadação vezes maior daqueles, que através da Teologia da Prosperidade, se tornam empresários ou profissionais liberais e contribuem com cifras maiores que aqueles fiéis que são meros assalariados. Assim, a arrecadação aumenta o que propicia a forma empresarial dessas igrejas em gerir o dinheiro arrecadado.

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Publicado

2012-11-15

Como Citar

José Geraldo, J. E. (2012). "Para além do proselitismo religioso: a teologia da prosperidade e sua relação com a economia.". Anais Dos Simpósios Da ABHR, 13. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/560

Edição

Seção

2012 GT 13: Religião, economia e assistência social – Coords. André R. de Souza, Eva Scheliga