Quando os corpos rejeitados fundaram os cemitérios dos anjos: Narrativas sobre os enterramentos infantis no Cariri cearense

Autores

  • Cícero Joaquim

Resumo

Esta pesquisa estuda as tradições fúnebres infantis na região do Cariri cearense. A partir da metodologia da história oral e dos pressupostos teóricos da história social, o trabalho entrecruza as reflexões sobre memória social e espaço sagrado. Nesse cenário, a problemática foi direcionada para as disputas pelas memórias sobre os cemitérios pagãos no tempo presente, dando destaque às tensões que recobrem a devoção a estes espaços e a clandestinidade que os recobrem. De acordo com as narrativas orais, a construção destes lugares de devoção tem origem nos conflitos resultantes das proibições dos enterramentos dos corpos das crianças que faleceram sem o sacramento do batismo nas igrejas e capelas, até meados do século XIX, e nos cemitérios oficiais, no decorrer do século XX. Perante tal imposição, os corpos dos pagãos eram direcionados para os contornos das cruzes que marcaram uma morte trágica. Nestes lugares surgiram cemitérios clandestinos.

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Publicado

2012-11-15

Como Citar

Joaquim, C. (2012). Quando os corpos rejeitados fundaram os cemitérios dos anjos: Narrativas sobre os enterramentos infantis no Cariri cearense. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 13. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/559

Edição

Seção

2012 GT 12: Corpo, Cultura e Religião – Coord. Roberto Motta, Amurabi Oliveira