Teologia Feminista: um caminho para vidas dignas e sem violências

Autores

  • Danieli Busanello

Resumo

A Teologia Feminista traz à discussão temas como a questão do cotidiano, do poder, da ética, da diversidade, da assimetria e das desigualdades entre os gêneros, da corporeidade, dos direitos reprodutivos, dos direitos humanos, da ecologia e do eco-feminismo (STRÖHER, 2009). O princípio básico da Teologia Feminista é a promoção da humanidade plena das mulheres (RUETHER, 1993).
A violência doméstica contra a mulher está presente em todas as classes sociais, idades, raças, etnias, orientações sexuais, rendas, culturas, níveis educacionais e religiões. A ONG Centre On Housing Rights and Evictions (COHRE) divulgou, no dia 16 de julho de 2010, dados da pesquisa intitulada “Um Lugar no Mundo”, que revelam que no Brasil, estima-se que uma em cada quatro mulheres sofre e/ou já sofreu algum tipo de violência (COHRE, 2010). De acordo com dados divulgados pela Fundação Perseu Abramo em 2001, em nosso país uma mulher é agredida a cada 15 segundos, totalizando 2,2 milhões de mulheres vitimadas pela violência por ano (VENTURI, 2001). Por isso, a violência doméstica contra a mulher no Brasil não é algo que pode ser ignorado.
Apesar de a violência doméstica ser uma das formas de violência mais explicitada contra as mulheres, estas também estão vulneráveis a toda uma gama de diferentes fatores comportamentais que contribuem para outras formas de violência. Tais formas de comportamento são baseadas nas relações de gênero (PAZ, 2010, p. 12). A violência de gênero constitui a base para todas as outras formas de violência contra a mulher. Saffioti define violência de gênero como uma categoria de violência geral, que pode abranger a violência doméstica e a violência familiar (SAFFIOTI, 2004, p. 69). 
Ao longo da história podemos observar uma estreita relação entre Igreja e violência contra as mulheres. Tanto a teologia ocidental – que coloca a mulher como um ser inferior e responsável pela entrada do pecado no mundo – quanto a “caça às bruxas” – mulheres independentes que não se encaixavam no estereótipo da mulher submissa – entre tantos outros fatores, contribuíram para que a discriminação e a violência contra as mulheres permanecessem até hoje na sociedade (BERGESCH, 2006). Porém, por muitas vezes, a Igreja é o único refúgio da mulher que sofre violência. É preciso saber como lidar, como acolher e aconselhar esta mulher que vem, tão frágil, em busca de socorro.

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Publicado

2012-11-14

Como Citar

Busanello, D. (2012). Teologia Feminista: um caminho para vidas dignas e sem violências. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 13. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/522

Edição

Seção

2012 GT 05: Gênero e Religião – Coords. Eliane Moura, Sandra Duarte de Souza