Os bons judeus: conflitos e negociação de identidade em terras gaúchas

Autores

  • Cristine Fortes

Resumo

A vida das comunidades judaicas na Europa, no final do século XIX, estava inviável. As permanentes tensões, em diferentes regiões européias, promoveram a busca por lares nacionais na América. Dessa forma, no início do século XX foram fundadas, no Rio Grande do Sul, colônias agrícolas para imigrantes judeus, constituindo o período oficial de imigração judaica para o Brasil. O projeto das colônias agrícolas foi marcado por várias dinâmicas, como a inabilidade dos referidos indivíduos com o trato da terra, que caracterizaram a comunidade imigrante de forma negativa. Além disso, pessoas religiosamente distintas, ou seja, não católicas, não eram bem vindas ao Brasil das primeiras décadas do século XX. As formas de instalação na vida rural, as tentativas de rompimento com a mesma, a negociação para permanecer no Brasil e, principalmente, a necessidade de manter sua religiosidade, evidenciando a natureza positiva da mesma, foram marcas do processo imigratório judaico para o Brasil. Este estudo se ocupa da análise das estratégias desenvolvidas por este grupo de imigrantes para garantir sua permanência em cidades brasileiras do sul, destacando o universo religioso que, rejeitado pela sociedade local, transformou-se no foco de conflitos vivenciado pela comunidade, cujo reflexo pode ser evidenciado ainda nos dias de hoje.

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Publicado

2012-11-16

Como Citar

Fortes, C. (2012). Os bons judeus: conflitos e negociação de identidade em terras gaúchas. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 13. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/433

Edição

Seção

2012 GT 29: Tensões e Conflitos no Campo Religioso Brasileiro – Coords. Gamaliel Carreiro, Norton F. Corrêa