No reino de duas senhoras: a análise do rito do axexê e da reestruturação do Terreiro Ilê Omo Oyá (São Gonçalo, Rio de Janeiro)
Resumo
O trabalho busca problematizar e apresentar importantes concepções do enfoque antropológico, denominado “liminaridade” (Turner, 1974, 2005 e 2008). Tanto no plano teórico quanto no empírico, a pesquisa versa sobre como uma casa de candomblé se reorganiza após a morte de sua Ialorixá, o período de “luto” da casa por um ano, os conflitos da transição e a subida de uma nova Senhora à frente da Casa. Nesse sentido, conforme Turner (1964), parte-se de uma análise micropolítica do candomblé, na qual o conflito que se desenvolve no âmbito dos “dramas sociais” (em que encontram-se quatro estágios: ruptura, crise, solução e reintegração ou cisma) tende a ser resolvido através do ritual, que portanto, torna-se algo regenerador e criativo para o grupo.A trabalho pretende analisar ainda a categoria “axé” e como ela é instrumentalizada (em ritos, fórmulas mágicas, sacrifícios, limpezas e ebós) no contexto dos eventos relacionados ao axexê e nas fases desta liminaridade. Serão apresentados alguns limites práticos deste enfoque epistemológico a partir deste caso particular. Em especial se destaca como cada casa, mesmo pertencendo a uma determinada nação (neste caso o ketu), tende a subjetivar e adaptar o rito dentro de seu contexto e necessidades.
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Publicado
2012-11-14
Como Citar
Pereira, R. (2012). No reino de duas senhoras: a análise do rito do axexê e da reestruturação do Terreiro Ilê Omo Oyá (São Gonçalo, Rio de Janeiro). Anais Dos Simpósios Da ABHR, 13. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/390
Edição
Seção
2012 GT 06: Religiões Afro-Brasileiras e Espiritismos – Coords. Mundicarmo Ferretti, Sergio Ferretti, Raimundo Araújo