Santo Daime e Candomblé na Amazônia acreana: culturas religiosas no trânsito de identidades

Resumo

O artigo proposto tem por objetivo apresentar algumas considerações no sentido de mostrar que o Candomblé e Santo Daime no Acre embora se estruturem como manifestações religiosas distintas trazem na sua constituição elementos culturais muito próximos, produzidos nos contínuos circuitos de trocas entre populações negras, indígenas e mestiças. Suas identidades trazem as marcas da cultura africana, nos rituais, nas danças, na relação comunitária, nas cantorias e, sobretudo, na relação que esses dois sistemas religiosos estabelecem com a natureza. Essas identidades devem ainda ser pensadas a partir de processos de construção, desconstrução e reconstrução de valores, de símbolos, de temporalidades e espacialidades as mais diversas, possibilitando uma compreensão que envolve, rupturas, movências, adaptações, negociações, hibridismos voluntários e involuntários, além de nuances múltiplas num movimento que subverte a lógica da pureza propagada pelo ocidente. 


PALAVRAS-CHAVE: Candomblé; Santo Daime; Amazônia









OBJETIVOS 

? Promover uma reflexão que traga para o centro do debate elementos identitários presentes nos universos religiosos do Candomblé e Santo Daime;
? Situar suas identidades religiosas num contexto de resistências e trocas culturais;
? Identificar elementos que interagem no sentido de aproximar essas culturas religiosas;
? Analisar a relação que essas manifestações religiosas estabelecem com a natureza.

MÉTODO

O estudo foi estruturado a partir do confronto entre pressupostos da literatura sobre a temática e um conjunto sistematizado de entrevistas realizadas com praticantes dessas religiões no Acre.

RESULTADOS
Constatou-se como afirma Zeca Ligiéro (1993), Roger Bastide (1980) e alguns entrevistados que essas culturas religiosas na Amazônia se hibridizaram, trocaram/assimilaram/eliminaram um vasto conjunto de elementos culturais religiosos.