“Rapaziada Cineclube”:
Juventude, catolicismo e cineclubismo em Teresina, Piauí, Brasil (1962-1984)
Resumo
Entre os anos 1930 e 1950, duas encíclicas papais estabeleceram novas bases para as relações entre a Igreja Católica e diferentes setores da sociedade, especificamente ligadas aos veículos comunicacionais que emergiam e se popularizavam, dispositivos pelos quais aquela instituição religiosa compreendia poder formatar instrumentos de propagação da fé e dos valores cristãos. A partir dessas duas orientações eclesiásticas se constituiria, por meio da Organização Católica Internacional de Cinema (OCIC), um conjunto de missões no sentido de fomentar, em diferentes espaços do mundo, a criação de cineclubes, onde se procederia a exibição e discussão de filmes capazes de fundamentar os valores que o catolicismo desejava consolidar. Teresina, capital do estado do Piauí, também seria espaço no qual o cineclubismo se estabeleceria, através da iniciativa dos padres italianos que administravam o Colégio São Francisco de Sales. Desse modo, o trabalho se dedicaria a uma investigação das experiências fílmicas e subjetivas de uma parcela da juventude teresinense que circundava, entre a década de 1960 e os anos 1980, em torno do Cine Clube Teresinense. Para sua construção, a pesquisa norteou-se pelo resgate da trajetória do Cine Clube Teresinense elaborado por Silva (2018) e Rocha (2011), por entrevistas realizadas com membros egressos do CCT, além do estudo das colunas e dos artigos escritos pelos membros do clube de cinema no jornal O Dia, obtidos através de pesquisa no arquivo do periódico.
Palavras-chave: Subjetividades, juventude, cinema, Igreja Católica.
Referências
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