A interpretação do SNI em relação às associações religiosas mobilizadas em prol de questões indígenas

Autores

  • Fabio Lanza UEL, Londrina/PR
  • Guilherme Heerdt Vandresen UEL, Londrina/PR
  • João Pedro Pereira e Correia UEL, Londrina/PR
  • José Wilson Neves Júnior UEL, Londrina/PR
  • Luan Prado Piovani Unicamp

Resumo

O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi o principal órgão de vigilância estratégica durante a ditadura militar brasileira (1964 - 1985). Em um levantamento prévio dos arquivos inéditos da Agência do SNI responsável pelos estados do Paraná e Santa Catarina, disponibilizados no Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi identificada a preocupação do órgão com três diferentes entidades religiosas associadas à luta indígena na região: Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido; Associação Nacional de Apoio ao Indígena (ANAI); e, por fim, Conselho Indigenista Missionário (CIMI) a qual identificavam como potencialmente subversiva. Pretende-se, dessa forma, aprofundar-se nos documentos do SNI e expor sua visão sobre a relação entre o órgão de inteligência da ditadura e os grupos supracitados, identificando quais ações buscavam tomar e como entendiam o elo entre os mesmos e as populações originárias. Sendo assim, analisa-se neste trabalho tanto a perspectiva do governo brasileiro da época sobre os povos indígenas quanto as diferentes maneiras que estes encontraram para resistir às opressões historicamente sofridas e ampliadas naquele momento pela falta de amparo da sua principal entidade a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Palavras-chave: Serviços de inteligência; Religião e política; Povos originários do Brasil.

Biografia do Autor

Fabio Lanza, UEL, Londrina/PR

Doutor em Ciências Sociais (PUC-SP). Professor Associado do Departamento de Ciências Sociais e docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UEL, Londrina/PR. Atualmente realiza Pós-Doutorado junto ao CPDOC-FGV/RJ sob supervisão do Prof. Dr. Américo Freire.

Guilherme Heerdt Vandresen, UEL, Londrina/PR

Licenciando em História (UEL). Integrante do grupo LERR-UEL: Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades.

João Pedro Pereira e Correia, UEL, Londrina/PR

Doutor em Ciências Sociais (Unesp/Marília). Bolsista CNPq de Pós-Doutorado Júnior pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UEL, Londrina/PR, e Pesquisador Colaborador do Departamento de Ciência Política do IFCH-Unicamp, Campinas/SP.

José Wilson Neves Júnior, UEL, Londrina/PR

Doutor em Ciências Sociais (Unesp/Marília). Bolsista CNPq de Pós-Doutorado Júnior pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UEL, Londrina/PR, e Pesquisador Colaborador do Departamento de Ciência Política do IFCH-Unicamp, Campinas/SP.

Luan Prado Piovani, Unicamp

Licenciado e Bacharel em Ciências Sociais (UEL). Mestrando e bolsista CNPq do Programa de Pós-Graduação em Sociologia do IFCH-Unicamp, Campinas/SP.

Referências

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Publicado

2024-06-05

Como Citar

Lanza, F., Heerdt Vandresen, G., Pereira e Correia, J. P., Neves Júnior, J. W., & Prado Piovani, L. (2024). A interpretação do SNI em relação às associações religiosas mobilizadas em prol de questões indígenas. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 18. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/2341

Edição

Seção

2022 | ST 10 – Religiões, Religiosidades e a História do Tempo Presente