Para Além dos Muros do Ilê:
Resumo
Resumo: O texto se propõe a discutir os percalços da vivência cotidiana da dimensão de fé das matrizes africanas na sociedade brasileira mediante o crescimento da intolerância religiosa. Serão apresentados análises e resultados da pesquisa realizada nos terreiros da Baixada Fluminense nos anos 2010 e 2011. O entendimento entre as diferentes religiões é exigência para a convivência social digna entre os povos, entre as culturas, entre as nações e entre os cidadãos. É notório os esforços que vem sendo realizados no mundo inteiro buscando encontrar formas de superação da intolerância religiosa. No Brasil, esses esforços ganharam maior impulso a partir das deliberações da Conferencia Mundial de Durban (África do Sul, 2001). A diversidade é uma marca da sociedade brasileira, para contemplá-la é preciso reflexões profundas de como estão estruturadas as práticas do racismo na sociedade, bem como as estratégias que podem ser utilizadas para superá-las. As culturas de matrizes africanas, na sociedade brasileira, encontram profundos desafios no tocante a sua compreensão, reconhecimento, respeitabilidade e aceitabilidade social. O crescimento da intolerância religiosa em relação aqueles que professam a fé nas religiões dos Orixás tem nos instigado como pesquisadores, uma vez que influenciam o processo de interação social desse segmento. Nas relações familiares, nas escolas, no mundo do trabalho, e até mesmo no simples andar pelas ruas das cidades, as práticas de intolerâncias têm se revelado como afronta à dignidade humana.