A história da Igreja no Brasil por Júlio Maria no advento da república: horizonte tenebroso ou horizonte novo?
Resumo
O trabalho procura compreender a análise da história da Igreja no Brasil por Júlio Maria Moraes Carneiro, Pe. Júlio Maria, na obra Memória escrita para o Livro do Centenário, publicação comemorativa dos quatrocentos anos de descobrimento do Brasil. Em busca da tradição na qual o passado colonial fez obra comum o Reino de Deus e o Reino Português, Júlio Maria encontra um presente no qual tenta-se negar essa tradição: é a transição entre o Império e a recém proclamada República. A negação da tradição soa aos católicos como um falso horizonte de expectativa ou um horizonte tenebroso; D. Silvério, redator da Pastoral Coletiva dos Bispos do Brasil de 1900 é pródigo nessa visão: tempos novos sem lastro na tradição e na experiência católica da nação. No entanto, Júlio Maria articula, a partir das propostas de D. Macedo Costa na Pastoral Coletiva dos Bispos do Brasil de 1890, e no pontificado de Leão XIII, um horizonte novo, um novo tempo no qual nasce a liberdade advinda da separação entre Igreja e Estado e no qual nasce a possibilidade de um novo espaço de experiência, onde a Igreja se volte para o povo e não para as elites governantes e econômicas. Na qual a Igreja, ao unir-se ao povo atue na sua educação. Horizonte de expectativa e espaço de experiência são categorias para interpretação da história enquanto relação entre as experiências vividas e acumuladas observadas num horizonte que projeta um futuro. A pesquisa parte desses conceitos numa busca hermenêutica inspirada em Paul Ricoeur.Downloads
Publicado
2011-05-25
Como Citar
Martins, M. A. C. (2011). A história da Igreja no Brasil por Júlio Maria no advento da república: horizonte tenebroso ou horizonte novo?. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 12(1). Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/205
Edição
Seção
2011 GT 06: História da igreja católica no Brasil: da reforma ultramontana à neocristandade - Coord. Mabel Salgado Perei