Uma voz entre o Rei e o Papa: a “moralização” cristã e os “erros” do mundo moderno
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais da pesquisa vinculada às práticas de pesquisas do curso de graduação em História da Universidade Federal de Viçosa. O projeto tem como principal objetivo analisar as trajetórias dos bispos que atuaram em Minas Gerais no século XVIII. Privilegiando a análise comparativa de duas administrações eclesiásticas do Bispado de Mariana: Dom Frei Manoel da Cruz e Dom Frei Domingos da Incarnação Pontevel, por serem representativas das opções que se abriram para a capitania diante das mudanças que se operaram no mundo ocidental. No plano político a centralização na figura dos reis. No espiritual a crescente intervenção do Concilio de Trento na vida dos cristãos. Procuramos lançar luz sobre a possibilidade dos bispos de concentrarem sob si o poder espiritual e temporal, amenizando as tensões entre as duas principais instituições da época (Igreja e Estado), conservando assim a estrutura eclesiástica. O balizador da pesquisa foi definido por três critérios. Primeiro foi à escolha do tema bispos que atuaram em Minas Gerais, que residiram e se esforçaram em “moralizar” e “civilizar” os mineiros, principalmente nos aspectos familiares, concentrados em instituir a família monogâmica. O segundo nos remete ao volume de fontes e, nesse caso, Dom Frei Manoel da Cruz é destaque. O terceiro critério nos remete a um dos objetivos da pesquisa que é compreender a atuação dos bispos diante das relações Igreja e Estado português.