Presentes e invisíveis... também na literatura – em busca do Kardecistas na memória histórica de Parintins (AM)

Resumo

Parintins, cidade situada no médio-baixo Amazonas, como muitas outras cidades amazônicas, guarda ainda uma identidade fortemente católica que repercute na literatura e na memória histórica local. Conforme os dados do Censo Demográfico de 2010 existem aí apenas 54 indivíduos que se autodeclaram espíritas kardecistas (0,05% da população total). Há, porém, fortes indícios de que essa doutrina já teve um número significativo de adeptos no local. Essa pesquisa buscou cobrir uma lacuna, entendendo como um grupo que reunia a elite local e que foi responsável inclusive pela a existência de um jornal espírita – intitulado O Semeador – se dissolveu sem deixar uma memória institucional mais duradoura. Através das poucas fontes que falam da presença dos espíritas na região, buscamos compreender como os kardecistas voltaram a se organizar a partir do ano 2000, inicialmente com um grupo de estudos e orações intitulado novamente “Amor e Caridade” e, após 2008, como uma associação filantrópica devidamente registrada e que conta com uma sede – o Centro Espírita Anna Prado. Buscamos também problematizar os motivos desse silenciamento e as tentativas dos espíritas de se afirmarem no campo religioso.