Corpo, sexualidade e religião: do corpo grego ao corpo cristão, um longo caminho de repressão.
Resumo
O corpo humano é construído socialmente e historicamente determinado: Tem uma história e conta uma história. A história do corpo confunde-se com a história da filogênese humana, isto é; com a história do desenvolvimento da espécie. E reflete, de certo modo, a história social da humanidade. Neste sentido, repercute, também sobre o corpo, as contribuições das representações sociais construídas a partir das crenças e idéias religiosas. Esta assertiva é absolutamente válida quanto às representações do corpo no cristianismo as quais foram edificadas a partir da teologia cristã. Já, a história contada pelo corpo, na ontogênese, no desenvolvimento do indivíduo, reproduz de certo modo, a história da filogênese e incorpora o repertório de representações coletivas oriundas de uma determinada cultura num determinado intervalo de tempo, isto é; o corpo é histórico. Ele carrega consigo, na história do corpo individual, de um determinado indivíduo, a história do corpo da humanidade, do corpo da espécie. Esta afirmação torna-se válida também quanto à sexualidade humana. O homem exerce a sexualidade num espaço de tempo determinado atravessado pela economia, a política, teologia e, em certo sentido, pela religião. Estes fatores combinados determinam suas crenças sobre o corpo humano e sua práxis sexual.