REPENSANDO O PROCESSO DE UNIVERSALIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ

Autores

  • Gracila Graciema de Medeiros

Resumo

Na África, em seu período colonial, a organização das sociedades dava-se por tribos e clãs, formando assim os grupos étnicos, sendo que cada qual possuía o seu deus tribal. A diáspora separou esses grupos, dispersando-os pelo Novo Mundo, e que a escravidão como força plasmadora, reuniu-os sobre um mesmo território. Nas senzalas brasileiras, o processo diaspórico efetuou-se como “tradução” de elementos culturais diferentes, levando ao surgimento do candomblé. Uma religião que nasce subalterna, marginalizada e “impura”. Contudo, atualmente, assistimos a um processo que, lenta e gradativamente, vem universalizando-o. Nesse percurso várias mudanças no campo religioso brasileiro ocorreram para que o candomblé, aos poucos fosse deixando de ser uma religião de minorias e se universalizasse, agregando nos seus quadros não apenas pessoas das camadas populares, mas também significativo contingente das camadas médias e altas, universitários, afrodescendentes ou não. O processo de universalização que o envolve, pressupõe mudanças internas, isto é, em seu quadro mítico e simbólico. Não é mais simplesmente uma religião de negros, ou afro-descentes, extrapola os limites “étnicos”, de “raça” ou “nação”. Ao mesmo tempo que se universaliza, traz consigo, via movimentos organizados dos adeptos, anseios de reafricanização da religião. Afirmando-se no campo religioso como uma religião africana, demarcando posicionamentos políticos e identitários, tomando para si novamente a ideia de uma religião de negros, porém agora em um outro contexto com uma nova roupagem, que não significa ser negro apenas na cor da pele. Esse trabalho pretende refletir o movimento de “universalização” do candomblé, analisando discursos que se referem a sua “etnicidade inicial”, seguida por uma “deseetnização” e, por último, desembocando numa “reetnização”. Este trabalho é parte da fase inicial da pesquisa de mestrado, correspondendo à revisão de literatura tendo como principais teóricos: CUNHA, Manuela Carneiro e PRANDI, Reginaldo. Palavras-chave: Candomblé, Etnização/Desetnização, Universalização.

Downloads

Como Citar

Medeiros, G. G. de. (2015). REPENSANDO O PROCESSO DE UNIVERSALIZAÇÃO DO CANDOMBLÉ. Anais Dos Simpósios Da ABHR, 14. Recuperado de https://revistaplura.emnuvens.com.br/anais/article/view/1108